Desistindo


Há um ponto, muitas vezes indefinível, em que você desiste. Não se trata, muitas vezes, de falta de vontade de se comprometer para conseguir algo, mas de uma defesa psicológica. O bom senso, e não o oportunismo, lhe diz: você vai ficar doente, vai se estressar além do que é possível, vai à loucura se persistir. Então você desiste por se saber impotente para lidar com uma determinada situação.

Cada vez que um professor desiste, seja em relação à si mesmo, seja em relação a um aluno ou a uma classe, não somente aqueles perdem; a sociedade como um todo também vê talentos serem desperdiçados. Desistimos quando nos vemos ante a insuportabilidade e quanto temos experiência para saber que há limites que não podemos ultrapassar e que os mesmos, querendo ou não, nos são impostos.

Não somos heróis, não somos deuses, nem feitos de cobre ou de latão. Sabemos estar em meio a um processo que é contínuo e que não depende única e exclusivamente de nós, nem do que  façamos ou deixemos de fazer, que, enfim, não se trata de uma via de mão única. Talvez por isso, de quando em quando, um professor, um mestre, um educador deixe sua luz se apagar um pouco, deixe de ensinar, deixe de aprender.

Ao fim e ao cabo, somos todos humanos.

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